quarta-feira, 21 de abril de 2010

O desconforto do pre julgamento.

MATEUS 16

13 Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
14 Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas.
15 Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou?
16 Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela;
19 dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.
20 Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.


O que os outros pensam de nós?
Desde o momento em que nascemos as pessoas falam entre si sobre nós, sem termos o direito ao conteúdo do que falam sobre a gente e sem que possamos interferir com a mesma criatividade que estão falando ao nosso respeito.
Será que nos avaliam segundo as aparências ou pelos nossos comportamentos?
Com o tempo os rumores ao nosso respeito vão aumentando e associam-se cada vez mais sobre os nossos comportamentos, como olhamos, falamos, sorrimos ou brincamos.
Detalhe, se você anda se requebrando ou duro como uma pedra não se engane, sempre falarão, pois isso é típico do ser humano.
Mas quando nos conhecem vêem que de fato enxergaram em nós uma verdadeira obra de ficção, uma impressão formada por rumores ou pensamentos encandeados um tanto quanto pelo conjunto total dos rumores falsos ou verdadeiros a nosso respeito pelo que dissemos ou fizemos.
Segundo Freud, estamos perpetuamente conspirando contra nós mesmos.
Evidentemente ele está certo, pois independentemente de nossas ideologias sempre somos pegos de surpresa pela nossa própria consciência quando praticamos esta bobagem ou melhor idiotice de julgar sem conhecer, falar sem saber e tomar decisões a respeito dos outros sem conhecê-los ou consultá-los.
Disse Jesus: Não julgueis, para que não sejais julgados.Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.
E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão. ( Mt 7:1;5)
É normal nos preocuparmos com o que os outros pensam ou falam a nosso respeito?
Seguindo o exemplo de Jesus é sempre bom não escandalizar, porém no outro lado da moeda existem as pessoas que choram ao saberem que alguém está falando mal delas. Estes sempre terão o consolo de que o importante não é o que dizem de nós (conteúdo) e sim quem está falando.
Você já parou pra perguntar? Quem está falando de você? É alguém espiritualizado ou 100% puritano? É uma patricinha ou um bobalhão que só sabe meter os pés pelas mãos?
A verdade é que isso tudo é assunto de profunda preocupação tanto a sim que muitas pessoas despedem grandes energias se auto observando, pesquisando sua própria aparência em público. Segundo Sócrates, a maneira em que as pessoas imaginam aparecer aos outros é na realidade o que são, pois segundo ele livros, doutrinas, mandamentos, pensamentos ou questionamentos não mudam as pessoas. Em partes é real tudo isso, porque não tem segredo que o comportamento não revele.
Como disse Jesus, não há nada escondido que não venha a ser revelado, e nem oculto que não venha a se tornar conhecido. (Mt 10:26)
Ninguém consegue manter uma farsa perpetuamente, sempre aparecerá quem realmente somos.
Esforcemo-nos em imaginar o que os outros pensam de nós e observemos as reações cuidadosamente para melhorar as nossas esperanças ou nos afundarmos em maiores temores.
Com certeza por parte de uns veremos piedade, amor, conselhos de outros encontraremos aversão, desprezo e inimizades.
A maior de todas as perguntas é: sofremos o desconforto da rejeição ou gozaremos o prazer da aceitação?
Isso tudo não seria preciso se as pessoas compreendessem que só quem tem sagacidade suficiente para dizer se prestamos ou não somos nós mesmos, agora se você deseja ser uma pessoa aceita por todos e que todos gostem de você deva exercitar a falsidade. Você deve trabalhar o viver aqui e agora e não no passado e no futuro das pessoas que te rodeiam.
O Ap. Paulo diz em 2 Coríntios 10:7, Vocês observam apenas as aparências das coisas, se alguém cofia de si mesmo que está em Cristo pense outra vez isto consigo mesmo.
Você está em Cristo? É uma nova criatura? Já sepultou o velho homem?
Consegue dizer não a si mesmo? Já parou de julgar pré meditadamente as pessoas?

Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medis, vos medirão a vós. (Lc 6:37,38)